terça-feira, 6 de março de 2007

Christiane F.


Ser adolescente ou conviver com um adolescente não são coisas muito fáceis. Por ser uma fase de grande aceitação, experimentação, alegria e dor, enfim, todo tipo de descobertas, no sentido mais amplo da palavra, em determinado momento, as escolhas são necessárias. É sobre isso que tratam dois recentes lançamentos que chegaram às locadoras: Aos Treze (Thirteen, 2003, de Catherine Hardwicke) e Meninas não Choram (Big Girls Don\'t Cry, 2002, de Maria von Heland) . Ambos os filmes falam do universo adolescente feminino: a melhor amiga, namorados, baladas, problemas com os pais e todo egocentrismo e alienação tão típicos dessa fase.
Desde que Eu, Christiane F., Treze Anos, Drogada e Prostituída (Christiane F., 1981, de Uli Edel) chocou o mundo ao mostrar adolescentes esquálidos injetando e se vendendo, muitas coisas mudaram. Hoje qualquer menina saudável, com suas roupinhas de grife, pode ser uma usuária de drogas. É o que tenta revelar Aos treze , baseado nas histórias vistas e vividas pela atriz Nikki Reed (que, no filme, faz o papel de Evie).
Tracy (a excelente Evan Rachel Wood) tem treze anos e sente-se um pouco deslocada, como várias outras garotas da sua idade. Consegue, porém, fazer amizade com Evie, a garota mais popular e desejada da escola. É ela quem mostra a Tracy um mundo que a garota nem imaginava que existisse, cheio de sexo, drogas e alguns roubos. Totalmente seduzida pela vida “independente” da sua nova “melhor” amiga, Tracy faz sua escolha e opta por entrar de cabeça nesse universo de aparência e promiscuidade. A mãe de Tracy, interpretada por Holly Hunter, alterna seu comportamento entre a impotência e a anuência enquanto vê a filha passar de um “anjinho” a uma “vadia”.
os melhores momentos do filme, Tracy se encanta com sua vida de pseudo-adulta, onde não existem regras nem limites. Apesar de ser um pouco maniqueísta, didático demais, e terminar abruptamente, como se a diretora não soubesse o que fazer para finalizá-lo, Aos Treze vale a pena pelo simples fato de ser um relato contundente sobre o que pode acontecer na adolescência. E, o que mais assusta, é que na realidade as coisas são bem menos cor-de-rosa do que o filme mostra.
Em Meninas não Choram , duas amigas inseparáveis desde pequenas, Steffi e Kati, vivem seu cotidiano de forma tranqüila, preocupando-se menos com a escola e mais com as paqueras e namoros. Toda essa aparente normalidade entra em ebulição quando Steffi vê seu pai com outra mulher e planeja uma grande vingança contra a amante dele, sem se importar com as conseqüências ou as vítimas incidentais. Alguém tem que pagar pelo sofrimento de Steffi.
Kati, por sua vez, inicia um namoro com um rapaz mais velho, e é nesse momento que ela precisa fazer sua escolha: ficar do lado da melhor amiga, aceitando todas as suas decisões, ou mostrar o erro que ela está cometendo. Steffi e Kati percebem que nem sempre amadurecer e conviver com os próprios erros é uma decisão fácil.
Bem dirigido e com boas atuações das duas atrizes centrais (Anna Maria Muhe e Karoline Herfurth), o filme convence pela naturalidade que os fatos são mostrados.
Kati é a garota “boa” que precisa mostrar para Steffi que a amizade, quando verdadeira, está acima de vários erros, enquanto em Aos Treze , Evie é a garota “má” que apenas usa Tracy para ter aquilo que não tem em sua vida: uma família. Ambos os filmes se completam e se encaixam, mostrando um pequeno panorama da adolescência, ora divertida e irônica, ora muito triste e dolorosa.

Codec; .AVI
Dublado
700MB


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